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Marçal sinaliza para mudanças significativas no cenário eleitoral e oferece lições valiosas para 2026.

  • Foto do escritor: Natalia Machado
    Natalia Machado
  • 7 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

O candidato do PRTB destaca que é o momento de reconsiderar certos dogmas.


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O desempenho do candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, assustou a experiente classe política na capital paulista e mostrou que, por um triz, seus métodos heterodoxos de fazer campanha não funcionaram.


O goiano obteve 28,14% dos votos válidos e ficou a menos de um ponto percentual do segundo turno. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) obteve 29,48%, e Guilherme Boulos (PSOL) 29,07%.

Após a derrota, Marçal publicou uma nota em que pontua parte das diferenças de sua campanha para as tradicionais.


“Zero dinheiro público. Sem padrinho político. Sem tempo de TV. Sem máquinas, municipal, estadual, federal. Sem apoio de grandes lideranças políticas”, elencou.


É praticamente a mesma condição que alçou à Presidência da República o deputado de baixo clero Jair Bolsonaro em 2018.

Ocasião em que se descobriu que os métodos para conquistar o eleitor brasileiro passam por uma transformação.

No entanto, seis anos depois, essa lição continua surpreendendo os especialistas.


Tanto o Bolsonaro de 2018 quanto o Marçal de 2024 negaram a política tradicional, apresentaram-se como outsiders. Focaram pesado nas redes sociais e aplicativos de mensagens para promover suas ideias e atacar seus adversários.

Exploraram massivamente a religião, adotaram tom messiânico e pouco trataram sobre programas de governo.

Muita gente desdenhou da candidatura do novato Marçal e apostou que, ao longo da corrida eleitoral, seu patamar de apoiadores despencaria. Isso não aconteceu.

Aqui vão apostas que precisam ser revistas:

1) A “Celso Russomanização” da campanha de Marçal

Estrategistas previam que aconteceria com Marçal o mesmo fato que acometeu o comunicador Celso Russomano, hoje deputado federal pelo Republicanos, em disputas passadas pela mesma prefeitura.

A fama fez Russomano pontuar bem no início da campanha, mas perdia tração ao longo da corrida eleitoral. Políticos e marqueteiros apostavam que Marçal desidrataria ao longo do percurso pela falta de propostas e pela inexistência de explicação sobre como colocará em prática seus planos mirabolantes, como um teleférico na periferia para driblar o trânsito pesado.

Só que, ao contrário de Russomano, os eleitores de Marçal não sentiram falta de explicações profundas. Apaixonaram-se pela ideia da prosperidade, principal produto vendido pelo empresário. E isso bastou.

2) Tempo de TV e rádio

Pablo Marçal não apareceu no horário eleitoral na TV e o rádio, ao contrário de seus principais concorrentes. O prefeito Ricardo Nunes teve seis minutos e trinta segundos por dia para atacar adversários, defender-se de acusações e propagandear as entregas de sua gestão.

Boulos exibiu por dois minutos e vinte segundos, diariamente, propostas e também seu principal padrinho político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao contrário de seus adversários, a força de Marçal está nas redes sociais. Mas, para impactar quem está fora da internet, o novato traçou a meta de gerar mídia espontânea regularmente.

E conseguiu. “Compensou” a ausência do tempo oficial e se fez presente na imprensa e na boca do povo, criando fatos de impacto quase todo dia: “exorcismo” com carteira de trabalho, viagem a El Salvador, cadeirada, soco no marqueteiro adversário, laudo falso. Sem direito a horário eleitoral por estar em um partido nanico.

3) Padrinho político

Marçal entrou na disputa sem padrinho político. Fez de tudo para conseguir apoio de Jair Bolsonaro. O ex-presidente recusou, mas isso foi tratado pelo empresário como um mero detalhe. Marçal continuou agindo como bolsonarista, defendendo as ideias bolsonaristas e conquistando votos bolsonaristas.

Os resultados de Marçal reforçam que o jeito de fazer política mudou no Brasil. Os estrategistas precisam reformular as certezas. Daqui a dois anos Pablo Marçal estará de volta.


 
 
 

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